Movimento Estudantil
O Movimento Estudantil (conhecido também simplesmente por ME) é um movimento autônomo por sua definição, ou seja, sem qualquer interferência de diretores, reitores, ou professores. Possui como sujeitos os próprios estudantes, sendo eles do ensino médio, técnico, superior, ou de pós-graduação. Diferentemente do movimento sindical, o movimento estudantil é caracterizado pela grande rotatividade e renovação, tendo em vista que os cursos de graduação possuem uma moda de quatro anos de duração (apesar da explosão das graduações ditas "tecnológicas", de dois e meio a três anos), os de ensino médio quase sempre três anos, os técnicos de um a dos, e as pós-graduações variando de um a quatro anos. Outra característica do ME é o caráter policlassista.
Historicamente, mesmo com as diversas contradições, os estudantes foram protagonistas de diversas lutas. Aqui no Brasil podemos destacar as lutas pelas moradias estudantis, pelas universidades públicas, contra a cobrança de mensalidades nas instituições públicas, etc. Durante o período da Ditadura Militar os estudantes compuseram talvez a principal frente de resistência contra os atos institucionais e outros fatos que transcenderam a esfera estudantil/acadêmica, e ainda hoje uma bandeira dos militantes sérios é contribuir com as diversas causas sociais fora do âmbito escolar e universitário.
Nós do PCB acreditamos que a educação deve ser pública, gratuita, de qualidade, e estar à serviço da sociedade. Neste viés, é necessário que nela estejam integradas as necessidades dos trabalhadores, a fim de formar sujeitos críticos para transformar o mundo em que vivemos. Nas universidades, a pesquisa e a extensão devem ser pensadas também nesta direção, e não para atender os interesses de grandes corporações através de fundações públicas de direito privado.
Partindo de nossa realidade objetiva, em que mais de 80% das vagas do ensino superior são privadas, há também a necessidade imediata de assegurar a qualidade da formação de seus estudantes através de professores com sólida formação (e não apenas o mínimo que a lei exige:1/3 de mestres e doutores), biblioteca e laboratórios de qualidade, etc. É o caso do litoral paulista, onde Santos figura como um dos maiores centros universitários do Brasil porém até o início dos anos 2000 havia a oferta de apenas um curso superior público, o de Tecnologia em Processamento de Dados da FATEC. De pouco tempo para cá, nossa região ganhou um curso superior de Biologia (pela UNESP de São Vicente), sete cursos da UNIFESP (em Santos), dois cursos de tecnologia do IFSP (ex-CEFETSP, no Jardim Casqueiro), além de mais cinco cursos da FATEC (em Santos e Praia Grande), além da previsão de um curso de Engenharia do Petróleo da USP. É inegável a melhora, afinal tinhamos um ensino superior público que tendia ao zero, mas esta é muitíssimo aquém das necessidades sociais de nossa região metropolitana enquanto o ensino superior privado nada de braçadas espraiando-se na baixada.
Em 2011 o partido ajudou a organizar na UFRGS (Porto Alegre) - junto com os companheiros da RC, da CCLCP, e independentes - O I Seminário Nacional de Universidade Popular (SENUP), concluindo-se que devemos "[... ]articular a luta por uma Universidade Popular com a luta pela Educação Popular em geral, propondo a horizontalidade no saber, uma formação plena (contra a fragmentação do conhecimento), e pela produção de conhecimento para a classes trabalhadoras e pela transformação social", defendendo:
- A luta contra a privatização do ensino e a reprodução da ciência e tecnologia voltada aos interesses do capital;
- O atendimento às demandas populares através da Ciência e Tecnologia;
- A luta pelo financiamento público no desenvolvimento da ciência e tecnologia, contrapondo ao financiamento privado que condiciona os fins da pesquisa à mera demanda do mercado;.
